domingo, 6 de julho de 2014

O ônus da inspiração: aquele que influencia é sempre aquele que paga.

De uns meses pra cá comecei a acreditar que Deus tem um propósito na minha expressão. Sei que tenho dois ouvidos e uma boca para ouvir mais e falar menos, entretanto, no meu caso, existe uma pequena ressalva aí. Talvez o Senhor esteja gerando coisas no meu íntimo que precisam ser externadas. Coisas que talvez possam incentivar, estimular, e por fim - ainda contra a minha vontade - inspirar as pessoas.

"Contra a sua vontade, Lidiane?" Sim, caro leitor. E por favor, não me julgue por isso. Eu sei o ônus que o líder tem. Eu sei o peso que uma figura pública carrega. Eu sou bem resolvida quanto à minha identidade e valorizo tudo o que há de mais autêntico... Por isso aquele último verbo citado no parágrafo anterior se tornou quase uma birra minha. Luto contra os meus pensamentos quando as pessoas usam a palavra 'inspiração'. Sobretudo quando essas pessoas são cristãs.
Como? Eu explico através de duas possibilidades: 1) você querer inspirar; 2) você querer inspiração.

1) Ando cansada de ver tanta gente buscando desesperadamente por publicidade, por fama e por popularidade. Querendo - a qualquer custo - se auto afirmar. Pessoas que não dão o exemplo simples de Cristo nas pequenas coisas ( como um simples bom dia, ou como a gentileza com o próximo, ou como o amor pelo pobre e necessitado... ) mas que tem bom discurso e boa aparência (acham que por isso estão em posição de destaque social).
 É uma brincadeira perigosa. Sobretudo quando engloba o nome de Cristo como desculpa. Lembremos-nos que no fim dos tempos nossas obras serão julgadas por Deus. Se a motivação delas é carnal, como as cobiças pessoais, não haverá galardão, ou seja. elas não serão reconhecidas. Fazer as coisas aqui na terra para Cristo, é fazer para o benefício dele, não o próprio.
Eu ando cansada sim. Cansada de ver artistas no meio gospel - e não falo apenas dos famosos não - que SABEM que são formadores de opinião, sem qualquer temor à Deus. Pregando o que não vivem e vivendo como se não pregassem. Não vou lançar perguntas retóricas do tipo " ah Senhor, porque isso acontece hoje em dia?" já sabendo a resposta. Não é uma resposta absoluta e não é uma constatação científica. Mas através do discernimento, é o que eu consigo ver. Inclusive, as vezes eu tento me enganar, fingindo que não sei. Acredito que existe duas teorias pra tudo isso: a sociedade do espetáculo e o apocalipse. A primeira está dentro da segunda. E quem não sabe o que é, já tem dever de casa pra hoje.

2) De quem estamos buscando inspiração? De pessoas que são referências de Cristo para nós, de pessoas que se dizem referências de Cristo para nós mas que não nos passam essa credibilidade ou de pessoas que não são referenciais de Cristo nem querem ser? Meu temor me leva a pisar em ovos e vigiar muito nas palavras para não resumir essas três opções em três palavras que talvez pudessem soar de forma pejorativa. As perguntas retóricas são uma ótima forma de levar à reflexão sem impor um ideal. E sem qualquer desejo de manipulação, como a cobra fez com Eva ( por exemplo ), minha intenção é fazer com que as pessoas PENSEM sobre tudo isso.
Parece que o senso comum vai tomando conta. O senso crítico serve para julgar o pecado do irmão, mas não serve para olhar pra dentro e analisar o NOSSO comportamento. E sutilmente nosso cérebro vai perdendo a capacidade de raciocínio. Até de questionamento. Aí, começamos a pautar nosso caráter, nossas finanças e nosso lifestyle em blogueiras de moda ( que nos dizem como devemos nos vestir e nos comportar, ainda que não tenhamos condições financeiras e fisiológicas para tanto) , em artistas globais, em políticos, em pastores, até no cachorro da vizinha, menos em Jesus!
O apóstolo Paulo disse: "sede meu imitador como eu sou de Cristo", porque de fato, ele imitava Cristo. Não tem problema se espelhar em alguém, possuir um referencial, se inspirar, não tem mesmo. Eu tenho líderes e algumas poucas amigas que são referencias de vida pra mim. Eu admiro essas pessoas, e tento reproduzir algumas coisas que aprendo através delas. O problema está na escolha. O que nós absorvemos é o que o referencial tem a oferecer. Se ele não tem um caráter de Cristo, ele tem o caráter de quem?

Talvez eu ainda não tenha provado o meu ponto sobre o temor em ser inspiração e ser um referencial. Mas para isso, eu conto com o Espírito de revelação para agir sob aqueles que possuírem comunhão com ele. Ele revela, ele testifica. Que as minhas palavras gerem vida, e entendimento.
Mas continuando... o ônus de quem influencia vai desde a perda da privacidade - sua vida passa a ser assunto alheio, e você passa a ter que dar satisfações - até a perda da autenticidade - e acostume-se a ser copiado, invejado, criticado e afins.
Tirando tudo isso, existe um preço CARO de renúncia que precisamos pagar diariamente. Renúncia de desejos carnais, de sonhos, de vontades. Um homem muito sábio ( meu sogro ) me disse uma vez que a vontade precisa ser dominada. Quem trabalha REALMENTE para Deus e sabe do seu chamado, faz o que tem que fazer independente de sua vontade. Tem dias que, aquele homem pregando lá no púlpito da sua igreja, não quer estar lá. Tem dias que ele só quer ficar em casa com sua família. Ou chorando no quarto com Deus. Mas em responsabilidade ao seu DEVER, ele renuncia à sua vontade. Ele faz a vontade de Deus, como Jesus no Getsemani nos ensinou.

Os que foram CHAMADOS para inspirar e influenciar seus irmãos tem um DEVER celestial através disso. Não é um hobbie. Não é uma vontade que parte deles. Meu namorado ( também muito sábio ) me trouxe uma preciosidade semelhante: quando você escolhe para onde vai cumprir seu chamado, você NÃO foi enviado por Deus. É Deus que te envia. Da mesma forma, eu acredito sim, que não fomos nós que escolhemos amá-lo, mas ele nos amou primeiro e ELE nos escolheu. Logo, nossos chamados aqui na terra também são escolhidos por ele. Se ELE quer que alguém influencie alguém aqui na terra, essa pessoa vai influenciar até sem querer ( como as vezes acontece comigo).

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A chuva lá fora...

Hoje a chuva chegou, trazendo consigo o frio. Ora, o que eu vejo é um contentamento geral por cada gota que cai. Como um aliviador do calor, parece regar cada centímetro de insatisfação humana.
Transito pelo caminho, engarrafamentos típicos da mal combinação de velocidade e aqua planagem. Acidentes... Parece que como tudo na vida, a chuva faz bem, porém tem seus critérios de exigência e demanda certa responsabilidade.

A sensação de frescor tem um ônus: o frio.
Para alguns não é ônus algum, é dádiva. Acredito que esses possuem o que vestir. Dormem com o que cobrir. Tem Fogo em casa para cozinhar. Cama para dormir. Televisão e filmes para assistir...

Como será viver lá fora sem essas coisas? Sem todos esses verbos? Eu sinceramente, não sei. Você que está lendo agora provavelmente também não... Nós até podemos imaginar, mas não fazemos a menor idéia.

...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Confiando.

Salmos 37:4-5 Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.

Confiar em Deus é mais que um jargão, ou uma frase de efeito. É também mais que um desafio. Eu me arrisco a dizer que é uma obrigação, mascarada por uma prova de amor.
E não é fácil. 

Se você parar para pensar, tudo isso está diretamente ligado à credulidade, ou de forma mais simples, à fé. 
Ter fé não é meramente o ato de acreditar que Deus existe. A grande verdade é que a maioria das pessoas acredita que ele existe sim. Uns dizem que acreditam num ser superior que controla tudo, outros dizem que existe algo mais forte no universo, uma energia e etc. O fato de que ele é real não está em questão. Não é uma dúvida a ser questionada, é uma certeza. A real questão é: nós confiamos nele?

Adorar, louvar e buscar ao Senhor não é confiar. Não é algo implícito. Não é uma consequência dessas três coisas. Quando nós buscamos por alguém não significa que nós confiamos nesse alguém... Significa apenas que precisamos ou ansiamos por ele. Nós só confiamos nele quando depositamos o que nós temos em suas mãos, sejam segredos ou tesouros. Em outras palavras: nós confiamos quando fazemos prova de algo que nós temos, dispostos a perder, entregando em suas mãos para que ele faça o melhor com o que entregamos. A chave da história é acreditar, de todo o coração, que nós fizemos a escolha certa e de que ele está operando a nosso favor. 

Não, não é fácil. São poucos os que vivem dia após dia, pela fé, porque abriram mão do que tinham ou faziam, pelo Senhor. Ou para ele. É difícil acreditar que depois de tanto ter pedido por algo, ele ainda não te concedeu. É como se ele não estivesse ouvindo ou como se estivesse calado perante nosso clamor. Os relacionamentos de interesse nascem assim... geralmente brotam dos nossos desejos. Creio eu, que ao dar o livre arbítrio, Deus nos deu a chance de escolher entre seu reino e o reino do mundo, entre amá-lo ou não. Ele não queria amor forçado, nem filho escravo. Assim como provavelmente não quer filho interesseiro. Em momento nenhum ele deixa de nos amar, mas durante o curso da vida ele nos transforma, para que o atrapalhar o relacionamento seja lançado fora. Entenda que os nossos desejos muitas vezes não são ruins, inclusive no versículo inicial Deus deixa claro que ele irá realizá-los. Mediante o preço (porque sim, existe um preço): deleitar e confiar nele. Entregar nas mãos dele. E ele exige esse preço, como todas as coisas, pelo mesmo motivo de sempre... o amor. Deus nos ama tanto, que ele nos guarda dos nossos próprios erros. Confiando e entregando nossos sonhos para ele, ele pode nos livrar do que não for bom. É amor, é zelo. 

Alguns desejos são maravilhosos, edificantes, bíblicos. Outros levam o homem à ruína. A diferença das consequências é tão oposta quanto o bem e o mal, mas nós não conseguimos pensar nisso quando a alma - aquela que cria cada um desses desejos - grita. Essas consequências são frutos das nossas escolhas, entre ter desejos bons e bíblicos (como casar, prosperar, viajar o mundo falando do amor de Deus..) que automaticamente serão bençãos, entre entregar esses desejos bons nas mãos do Senhor para que ele faça sua vontade, transformando aquelas bençãos em bençãos redobradas, ou tentar através da força, realizar os desejos maus. Esses são as ruínas, geradoras de maldições. 

Hoje meu coração não fala sobre as ruínas. Meu coração fala sobre, pela primeira vez em 25 anos, confiar em Deus. Entregar, por livre e espontânea vontade, o meu maior sonho nas mãos dele. Os sonhos que nós temos variam consideravelmente, mas ele conhece o coração de cada um. Em determinados momentos da vida, ele nos amadurece a sonhar apropriadamente, em conformidade com os sonhos que ele tem pra nós. Também com nosso papel bíblico. Por ser uma menina, obviamente os meus sonhos envolvem a família, o amor, o zelo e a obra de Deus. E a minha atual certeza é de que antes de conceder cada um deles ao meu coração, ele irá me amadurecer primeiro, a fim de que eu mantenha a minha benção e faça dela uma benção redobrada. Nada do que o Senhor me der eu quero perder. 


Jesus espera que nós façamos o melhor, (gerando frutos) com aquilo que ele nos concede. Sejam dons, ou bençãos, ou realizações. Nosso dever é multiplicar tudo em prol do reino dele, e da manifestação de sua glória aqui na terra. Por mais difícil que seja, por mais dor que eu sinta agora, eu sei que é o sofrimento que vai moldar o meu caráter. Só que dessa vez sem deixar feridas, apenas uma maturidade para alcançar o estado da nova fase. A nova fase não vai me pegar de surpresa, eu não serei vítima das peças que a vida tentar me pregar. Eu serei apenas o vaso nas mãos do oleiro, que ele irá moldar como desejar, para encher de óleo santo e unção. Essa unção não se resume em trabalhar para Deus, eu quero a unção de ser a melhor mulher que eu puder ser. A melhor filha, a melhor mãe, a melhor esposa, a melhor serva. Unção. A mulher ungida se torna sábia e edifica sua casa. Virtuosa, tal como Rute, Ester, Maria, Isabel, com o valor que excede o de rubis. Lavada dos traumas passados, das maldições hereditárias e das legalidades de Satanás. Livre de máculas. Mais cheia do Espírito. 

Correr o risco de perder o amor dos outros, ao entregá-lo à Deus, é doloroso. Um sofrimento sem explicação. Mas Deus sabe de todas as coisas, e o depósito nas mãos dele rende tantos juros quanto o depósito financeiro em poupança bancária: você poupa um valor inicial num tempo indeterminado, e colhe um valor aumentado no tempo em que avaliar ser bom. Dói, machuca. Mas é preciso. 

É preciso.

...

Eu confio em ti, Senhor. 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Padrões Bíblicos x Padrões Seculares


Vivemos na era da tecnologia, da sociedade capitalista, consumista e imediatista. Fomos condicionados por culturas com padrões seculares, criados em meio ao que as revoluções sociais e as guerras passadas geraram entre nós.

Nossa herança moral foi pautada por referenciais vazios, algumas vezes intelectuais outras vezes fúteis demais. Ideais contrários à bíblia. Maus costumes e hábitos impermeáveis. Impermeáveis porque nem água passa por eles, difícil é desconstruir tais hábitos.

A era da tecnologia primazia que nós devemos acompanhar as mudanças tecnológicas, ou seremos cada vez mais excluídos do sistema. Ultrapassados. Mais uma defensora do sistema econômico capitalista, que não se importa com a igualdade, apenas com a liberdade econômica.
Cada um tem o direito de crescer sozinho, não importando o que custar. Seria hipocrisia dizer que nós não somos adeptos à ele. Nossas camisas de marca e nossos telefones não nos permitem mentir. O Brasil é capitalista, e nós estamos inseridos nesse sistema.

Mas e o consumismo? O “ser” não importa. O que importa é ter. E obviamente, mostrar. O nosso valor interno está atrelado ao que nós temos, não ao que somos, portanto nós buscamos ter, desenfreadamente, obstante nossas condições financeiras. E sempre precisaremos mostrar o que temos. É assim que nós somos aceitos, que nos encaixamos em algum meio social. O capitalismo não acha ruim, muito pelo contrário, ele adora.

Ainda no contexto, o nosso imediatismo completa todo o resto. Nosso senso de urgência não nos permite viver a vida devagar, cuidar do que deve ser cuidado ou promover um estilo de vida saudável...
 bem pelo contrário, estamos nos tornando cada vez mais descartáveis: o que não funciona se joga fora, os relacionamentos que dão errado são descartados ( e não trabalhados) e o mundo feito de plástico rende mais tempo.

Otimizar o tempo, é otimizar dinheiro, segundo nossa atual filosofia de vida.

A nossa cultura, adepta à globalização, quer ver o Brasil crescendo e se encaixando no eixo mundial sócio- econômico. Mais uma vez, a era da tecnologia em cena. O hoje funciona assim, mas o “ontem” foi marcado por uma série de revoluções – femininas, sociais, trabalhistas e etc -  que nos trouxeram até aqui.
Ainda sobre essa cultura, podemos entender que graças a geografia de porte continental do Brasil, sendo considerado o 5º maior país do mundo, promove a difusão de várias tribos, vários costumes, várias descendências, várias crenças e várias condutas.

 País variado, sim.

Os padrões, seculares, estão longe de representar os padrões estabelecidos por Deus, na bíblia. Os homens ditam esses padrões, ao longo do curso da história. E nós, dançamos conforme a música.
A revoluções ditas anteriormente garantiram ao cidadão brasileiro muitos direitos. Direitos humanos, civis, trabalhistas, enfim... direitos. Garantiram a tão sonhada igualdade entre homens e mulheres, os benefícios trabalhistas e muitos outros. Garantiram aos homossexuais leis de proteção moral.

E os nossos referenciais? Bom, esses são frutos dessas revoluções. Nossos referenciais variam, desde os intelectuais da ciência até os intelectuais do pagode. Os que entendem da evolução e os que entendem do coração.

É esse o mundo atual. É essa a visão daqueles que não vivem conforme os padrões bíblicos.
Os homens e as mulheres brasileiros são moldados por esses padrões. Não é preciso apenas romper, mas também analisar- mos internamente e ponderar onde estão nossos padrões: na bíblia ou no mundo?

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Poderia Escolher!


Eu poderia escolher falar aqui sobre a RELIGIOSIDADE presente em minha vida ao associar Deus à igreja, e fazer da igreja um mero meio social, que não me aproximava de Deus, mas me fazia tomar birra de aprender sua palavra.  Citando LUCAS capítulo 11, versículo 42, onde diz: Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras. Realmente desprezava o juízo e o amor de Deus por não conhecê-lo e por conhecer apenas práticas religiosas que os costumes da vida me trouxeram, assim como aqueles fariseus.

Poderia escolher falar sobre a VERGONHA DE SER CRISTÃ durante a minha adolescência, estudando em um colégio particular batista, que por contradição tinha a grande maioria de alunos de outras religiões. Os evangélicos eram zombados por andarem na contramão e não aderirem ao estilo de vida dos demais e por mais que aquilo me machucasse, fui crescendo e escondendo minha identidade, assim como minha personalidade, numa tentativa de tentar me encaixar no ambiente. Já me sentia excluída por não ter a mesma liberdade que meus amigos tinham. Presa em constante religiosidade, não encontrava motivos ou vontade para freqüentar a igreja. 

 Poderia aqui expressar sobre como Deus escolheu justamente a mim, que um dia senti vergonha de sua história, mas que hoje me orgulho dele e mencionar ROMANOS 1:16,: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Isso significa que eu fui alcançada por esse evangelho, sendo o poder de Deus. Não me envergonho mais, hoje me sinto honrada por ser filha desse Deus maravilhoso e escolhida por ele para cumprir sua obra.

Poderia escolher pontuar aqui a PERSEGUIÇÃO que sofri, ainda quando adolescente, que culminou na vergonha dita anteriormente, ou na perseguição que eu sofri e ainda sofro pós- conversão.  O Próprio Messias nos motiva e nos impulsiona em João 16:33, Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.  Ser um cristão é andar na contramão do mundo, não conforme o reino dos homens, mas conforme o reino de Deus. O assunto é vasto, e para esse maravilhoso versículo poderíamos discorrer durante dias. No mesmo tema, seria viável também mencionar o livro de 2 Coríntios, capítulo 4 versículo 8, Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal.

Poderia escolher falar sobre VIVER NO MUNDO E PARA O MUNDO, mencionando o vazio que encontrei durante o tempo longe dos caminhos de Deus, das novidades e da escravidão que a falsa liberdade me proporcionou. Ou poderia simplesmente citar I João 2:15,16 Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 
Deus deixa nítido que amando ao mundo, torna-se escravo dos pecados gerados pela concupscência da carne, ou seja, pelos desejos da carne que levam à um caminho de egoísmo e rebeldia contra Deus; ou escravo dos desejos dos olhos, de querer tudo para si; e por fim, escravo da soberba da vida, aquela motivada por um desejo de parecer importante, de se destacar, que alimenta o ego interno. Sim, viver no mundo e para o mundo é viver sem Deus e contra Deus.

Poderia também escolher falar sobre como eu mesma PERSEGUI aos Cristãos no momento em que me desviei. Uma revolta gerada pela experiência ruim, me fez discriminar como fui discriminada. Inclusive, retaliava qualquer amiga que tentasse falar de Jesus Cristo pra mim. O embasamento? Atos 9: 1 ao 6 : E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote.
E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
 Transformada como Paulo, eu fui. Hoje. Era um Saulo, e hoje sou um Paulo. Bela História. Poderia... de fato.

Poderia escolher uma reflexão sobre o PECADO, que de fato teve peso em minha vida durante o período em que estive longe dos caminhos do Senhor. Era serva e escrava do pecado, como o próprio Messias deixa claro: Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. João 8:34.  Mas em 2 Coríntios 5:21, o consolo aparece: aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus. Seria importante salientar como Deus me amou e me perdoou por minhas transgressões, e do preço que foi pago para que isso acontecesse. Não sou mais serva do pecado, porém serva de JESUS CRISTO.

Esses são alguns exemplos do que eu poderia escolher falar. Da mensagem que eu poderia frisar no coração de cada pessoa que tiver acesso a ela. A escolha é uma possibilidade. Eu poderia escolher falar sobre qualquer uma destas coisas – a religiosidade, a vergonha, a perseguição, o mundo, o pecado, e muitas outras – mas hoje, eu abro mão de escolher e deixo que o Espírito Santo faça isso...  E nada mais forte em meu coração, nada mais poderoso para se transformar alguém que o Evangelho de Deus, o próprio Jesus Cristo e sua essência: o amor. Deus é amor! E o amor transforma, o amor muda, o amor de Deus é capaz de transpassar qualquer barreira de dor e sofrimento! E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele. 1 João 4:1

Eu escolho o amor de Deus. Eu escolho viver o amor de Deus. Eu escolho falar sobre o amor de Deus. Eu escolho agradecer pelo amor de Deus. Eu escolho transbordar do amor de Deus. E eu escolho continuar sendo transformada pelo amor de Deus.

Este amor nos foi dado através da pessoa de Jesus Cristo. O Deus encarnado homem, que não apenas viveu num mundo sujo e corruptível sem pecar, com um sangue puro e limpo de mazelas. Ele também se deu como sacrifício a Deus por amor à nós, homens. Por amor à mim. Tudo é fruto do amor. Deus entregou Jesus Cristo, seu filho amado, para morrer na cruz por amor à cada um de nós. Para que houvesse alguma coisa em troca da nossa salvação. Para que houvesse o perdão por nossas transgressões.Seu sangue fez o véu que separava o homem de Deus se rasgar ao meio, a partir daquele momento ímpar tudo mudou. Porque o nosso pecado já não poderia nos impedir de chegar à Deus... Basta um arrependimento de nossa parte, e um convite, que esse amor começa a atuar como um agente de transformação interno.

Eu escolhi o amor de Deus. Dentre as minhas possibilidades, eu escolhi ser justificada e atribuir à história da minha vida o sentido do amor. Cada um pode escolher atribuir à história de sua vida, o sentido que quiser. Deus escolheu ser pai e nos tratar como filhos, não um juiz que nos tratasse como réus. Por isso eu escolho ser uma filha amada... e você, escolhe o quê?







quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Renascimento.

Romanos 6:2-7 “De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cri
sto Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado.



E eu, morri.
Mais precisamente no último domingo, dia 30 de setembro, às 21:30, na Igreja Batista da Lagoinha. 
Instantaneamente eu nasci de novo, através de um ato, que mudou toda a minha vida espiritual. Eu reconheci publicamente Jesus, outra vez. Fui purificada. 
E para não fugir da rotina, como todas as outras coisas referentes à minha vida, o meu batismo foi diferente. 

Nos meus primeiros 17 anos de vida, crescendo na igreja, com uma família Cristã, nunca tive o interesse em batizar. Sabia que o ato deveria ser espontâneo, não forçado, imposto ou obrigado, mas motivado por minha própria consciência.. Mas eu não poderia ter o desejo no meu coração, de fazer algo que eu achava ser meramente procedimental, por não entender o contexto ou o significado. Se nessa época, sendo uma Cristã fria, eu não me interessava, quando me desviei é que não ia me interessar mesmo. 

Hoje eu olho para atrás e tenho vontade de chorar. Falo com Deus em meus pensamentos que perdi tempo demais longe dele. São anos que não irão voltar. Mas lamentavelmente, eu precisava experimentar do mundo e passar pelas coisas que passei, para realmente conhecer Jesus. Às vezes parece que Deus permite com que nos afastemos dele para conhecer o outro extremo. A experiência no mundo afora só me acarretou uma coisa: o vazio. Algumas pessoas precisam ser chacoalhadas para se despertarem. Do jeito que eu esteva morna, só passando a viver numa extremidade suja para entender e clamar por uma extremidade pura. Com algumas pessoas a vida no mundo não gera nada, resume apenas o mal e a fraqueza humana ao se envolver com ele. Sim, entendo. Mas parece que comigo, até no desvio Deus tinha um propósito. De qualquer jeito, eu anseio por esses anos de volta, aliás, por toda a minha vida na presença de Deus. 


É, só ao voltar e me reconciliar com o Pai eu realmente senti a vontade de me batizar. Mas no começo do processo não foi fácil, o meu caminho representava o meu deserto, um período de intenso tratamento de Deus. Não me sentia parte de igreja nenhuma, como antigamente. Também não tinha nenhum referencial de santidade que pudesse ser um pai ou uma mãe espiritual, um líder, precisamente falando. Queria servir à Deus através das minhas próprias mãos, mas não tinha discernimento, nem sabedoria, nem conhecimento. A minha carne ainda falava mais alto que o Espírito Santo na minha vida. Meu orgulho me afastava das pessoas que eu não gostava. E eu não tinha a menor noção da importância do batismo... Inclusive, a única pessoa que me motivava e até me cobrava isso, era a mamãe. 

Cheguei a tentar. Não obtinha sucesso, toda vez que achava que ia conseguir me batizar em determinada igreja, algo dava errado. Me encontrava de mãos atadas e sem motivação. Deixava "pra lá" de novo. 

Os meses foram se passando, o meu deserto parecia durar o tempo que os judeus levaram para encontrar a terra prometida com Moisés (drama mode on!), e eu me sentia cada vez menor, cada vez mais... desolada. E quanto mais coisas para me desanimar apareciam, mais eu me apegava à Deus. Ciclicamente, eu me sentia menor e menor. Não imaginava que essa sensação já era a transformação em mim através do sobrenatural poder de Deus! É assim que temos que nos sentir mesmo: pequenos! 

Encontrei minha casa: a Igreja Batista da Lagoinha em BH. Um culto onde sentia a presença de Deus e o adorava em Espírito e em verdade. Não em carne nem fingimento. Recebia a palavra como um alimento, mas saía dos cultos com mais e mais fome. Me lembro com tanta nitidez, os cultos eram no tabernáculo, às 21 hrs, e eu desejava que a semana passasse mais rápido para que o domingo chegasse. Ainda no deserto, em solidão, mas pelo menos em casa. Só que o deserto sempre passa. Aliás, nós que sempre passamos pelo deserto. Passar por um e sair dele, não significa que nosso caminho será sempre por estradas agradáveis em zonas de conforto. Eu sei que outros desertos virão. Mas Deus, em sua misericórdia divina, deixou algo chamado EVANGELHO, capaz de transformar qualquer pessoa e conduzi-la por qualquer caminho, mesmo que doloroso. Esse evangelho me alcançou! O poder de Deus me alcançou. Eu sou uma nova criatura. No fim do meu deserto a solidão passou, e o que sobrou foi uma menina mais transparente em processo de transformação.


Uma família, um ministério e uma obra. Deus me proporcionou. Uma nova motivação: purificação e intimidade com Deus. Deus me conduziu. Creio que ele usou pessoas para isso - maravilhosas, diga-se de passagem - e situações. Eu fui motivada, inspirada e intimada a me batizar. E eu pedi por isso. Busquei ajuda, cheguei a incomodar - enchi a paciênciaaa -  o meu pastor - com muito amor - por esse momento. E depois que ele aconteceu, todo o propósito e todo a história se encaixaram no meu coração como peças de um quebra cabeça:


Agora eu sou parte do Reino de Deus. Agora eu declarei para o meu Senhor que eu morri para todos os meus pecados, ao me batizar, e que fui crucificada com Jesus. Nasci de novo, logo, sou nova criatura. Tenho a chance de ser santa. 


Fui alcançada pelo evangelho de Deus, o poder de Deus está em mim. Estou sendo transformada, a cada dia uma sujeira sai e mais santidade entra. 


Meu batismo foi o mais lindo que eu já vi, o momento que mais marcou a minha vida. E eu sei que Deus cuidou de cada detalhe, nada do que aconteceu foi obra do homem. 



sexta-feira, 28 de setembro de 2012

É hora de calar, e aceitar.

Uma overdose de sentimentos, gerados por Deus, aqui dentro. É sempre assim. Uns dizem que é o primeiro amor pós conversão, outros dizem que é fanatismo religioso, mas eu prefiro acreditar que é o sobrenatural poder de Deus me transformando. Afinal, é o início de um processo que dura pelo resto da vida.

Eu escolho ser uma dessas pessoas que faz de tudo para manter esse processo em chamas. Aceso, acordado, sem adormecer. Cada vez que eu anseio mais pela presença maravilhosa de Deus - da qual eu não sou digna - eu peço para que ele me transforme, ainda que isso me custe a alegria e me traga dor. Eu quero ser quebrada sim, e reconstruída, aos moldes de Jesus Cristo. É por isso que nós devemos ter cuidado e convicção ao pedir algo para Deus: ponderar se estamos preparados para receber. Arrancar o orgulho de dentro e se transformar numa pessoa humilde implica em nada mais nada menos que (muita) humilhação. Sim, é na humilhação que nos tornamos humildes. E é só através da submissão ao que essa humilhação nos acarreta, que seremos transformados. Em outras palavras, significa dizer que você será humilhado e precisa aceitar calado. (Se alguém que não entende a vibe do negócio ler esse post agora, provavelmente vai pensar que eu sou louca ou que perdi a noção das coisas... )

Deus anda falando sobre o silêncio. "Filha, é hora de calar". Infelizmente às vezes a carne grita, e eu contra-argumento. Não contra Deus, mas contra a humilhação... sofro de qualquer jeito, mas tento me justificar ou me defender. Assim não há mudança. Só há dor. E se tem uma coisa que nós podemos tirar dos momentos de dor é o crescimento. Só isso. Se eu não cresci ao sofrer, do que valeu a pena sofrer e me submeter à humilhação? É para crescer mesmo! É para aprender a me sentir menor, humilhada, ofendida numa posição de igualdade, não de superioridade à ninguém... Talvez o arrependimento genuíno - esse que Deus realmente preza - venha acompanhado de uma vergonha grotesca de certas atitudes que nós já tivemos um dia. Eu não acredito nessa história de vangloriar passado negro como parte de testemunho. Pode ser parte de quem eu fui um dia, mas eu não devo mencionar com orgulho, e sim com repúdio. Focando o assunto no arrependimento das práticas que um dia eu já fiz e nos milagres que Deus fez em minha vida, frisando que ele pode transformar qualquer um como me transformou. Uma dessas práticas, que eu ainda tento eliminar, bem carnal mesmo, é esse bendito orgulho. 

Nos mais variados ambientes eu escuto pessoas conversando em tom de superioridade. Acreditando que são realmente melhores umas que as outras, porque o valor que elas acreditam ter está atrelado à bens materiais ou a qualquer tipo de status. Ser bonito, ou ser descolado, ou ser inteligente, ou sei lá... Por mim já chega. Eu quero ser transformada! Eu quero ser uma pessoa melhor, não no sentido de ser melhor que ninguém, mas ser como Jesus, caminhar rumo aos céus e ter o caráter de Cristo. O ÚNICO DIGNO de honra e glória. Nenhum de nós merecemos glória por nada, por fora podemos ser alguma coisa, mas por dentro somos todos podres. É o sangue dele que nos limpa, foi o sacrifício da cruz que fez com que Deus derramasse sua graça e misericórdia sobre nós para que pudéssemos ter alguma coisa boa no meio de tanta lama. Tudo de bom que nós temos provém da graça de Deus. Devemos nos orgulhar DELE. Não de nós mesmos.  

Eu sei, o discurso pode parecer repetido, mas eu não vejo outra coisa por enquanto: a sociedade da geração coca cola, marcada pelo consumismo, produziu pessoas que se orgulham demais. E que acabam sendo egoístas. O fruto do egoísmo é a desigualdade. E pode parecer uma ligação de assuntos que fogem do tema, mas o silogismo é bem por aí, uma coisa gera a outra, e nós todos estamos inseridos nesse bolo de doenças sociais. Logo, se nós somos frutos do meio social em que vivemos, somos consumistas, orgulhosos, soberbos, egoístas e injustos. 
Tem até exemplo surgindo: 
"Quero comprar tudo. Tenho orgulho do que sou pelas coisas que comprei.Ou pelo que me tornei. Preciso mostrar que eu tenho essas coisas. Ou mostrar quem eu sou, perante o meio em que vivo. Mas só eu posso ter e ser. Tenho que me destacar e voltar meus recursos financeiros apenas para mim. Não tenho interesse em ajudar a igualar a condição dos desfavorecidos com a minha, porque assim seríamos todos iguais e eu não teria destaque, nem do que me orgulhar. Também não tenho interesse em administrar recursos financeiros em prol dos miseráveis (aqueles que estão na linha de miséria), a não ser que eu receba muito por isso e possa manter meu estilo consumista de vida. Para finalizar, sou injusta porque o mundo é injusto, e se vivo numa sociedade desigual, a culpa não é minha, afinal eu não comecei nada disso." 

Eu já fiz e ainda faço parte desse exemplo. Mas desejo a mudança. Vou lutar por ela. E quanto a você?

O humilde Deus exalta, mas o soberbo Deus abate.